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Um texto para alguém

Eu odeio fazer declarações de amor, odeio ter que contar o que sinto, porque no final das contas nem eu sei direito o que sinto. Eu gosto de manter o sentimento escondido, guardado quietinho no meu peito, de um jeito bem escondido e ao mesmo tempo de um jeito que floresce aqui e ali. Porque parece que quando tudo vem a tona as coisas se perdem, o sentimento bom, aquele calorzinho no peito, as flores parecem não florescer mais, parece que tudo fica estranho e eu passo do doce prazer de um sentimento escondido ao amargo gosto de arrependimento por ter abrido a boca.
Eu não gosto da minha falta de coragem para lidar com as coisas, sejam elas monstros da minha cabeça, ou expor meus sentimentos. Nossa quanto clichés em um único texto! Mas enfim, eu não gosto da minha covardia, mas também não gosto dos meus picos de coragem onde eu falo demais, mostro demais para um tempo depois estar quase aos prantos e se perguntando "ó céus por que fiz isso?" Isso é bizarro ou mais comum do que imagino, não é?
Eu não gosto de quando me pego falando de amor e pensando em alguém, as vezes até não gosto de gostar de alguém, já que isso é um salto no escuro, um caminho desconhecido. Como dizia Charles Bukowski "O amor é um cão dos infernos", ele tem toda razão, embora eu acredite que os cães do inferno sejam menos assustadores, se bem que as vezes o amor não é algo tão assustador, as vezes é algo bom. Talvez o amor seja como alguma comida que alguns gostam e outros não, mas também que se foda a definição de amor, afinal para cada um nesse mundo haverá um jeito de amar, de pensar, falar e etc.
Acho tudo isso de sentimentos meio estranho, por mais que isso seja a fonte da minha inspiração, já me magoei tantas vezes, e tantas vezes já me perguntei "por que ainda insisto nisso tudo?", mas sempre seja numa musica, filme, serie, ou pessoa surge algo que me mostra porque eu não consigo simplesmente ser uma psicopata fria e calculista, porque eu sou uma poeta, uma poeta que é bem pamonha as vezes e poetas meu amigo não conseguem deixar de sentir.
E por mais que eu quisesse que esse texto não ficasse como uma indireta, por mais que eu quisesse dizer que ele não é para ninguém em especial, ele é, como todo poema, texto, ou post que você vê por aqui, é sempre alguém especial, talvez não especial para mim, mas para você ou para qualquer outra pessoa que posso por acaso achar esse texto e mandar para alguém. De qualquer forma, se a pessoa que eu pensei quando escrevi esse texto ler ele, tudo ótimo, e se não ler tudo bem também. Afinal, tem sempre alguém a quem você pode dedicar esse texto ou qualquer outro.

C. M. De Lima



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