Não me veja errado

Achei que me conhecesse o suficiente pra saber
Que eu não uso ninguém
Não acho justo usar alguém de tapa buraco
Alguém por capricho
Só para não ser só eu e eu
Só para não ter de lidar com minha solidão
Achei que me conhecesse o suficiente pra ver
Que sinto tudo aos montes
Tudo intensamente
Achei que dêsse para notar
Que eu não sou capaz de sentir nada em vão
Por mais que deteste as vezes não sentir algo bom...
Eu sou intensa, como já te falei uma vez
Não sinto nada pela metade pelas beiradas
E por mais que isso me machuque as vezes
Eu não mudo...
Achei que já tinha notado
Que você não é um tapa buraco
Uma anestesia para dores intensas
Você era tudo que precisava
E aparentemente desejou partir
Causou uma ferida é verdade
Mas eu não posso parar
Eu só quero que saiba que não é justo como me vê
Eu sou além do que vejo, do que escrevo
Sou além de mim mesma... 

C. M. de Lima




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