In Literatura Poemas

A morte

É engraçada a forma que lidamos com a morte
Uma hora nos a amamos, outra hora nos a odiamos
Colocamos a culpa nela quando ela leva alguém que amamos
A xingamos de vadia sem coração, e despejamos todo nosso ódio e dor nela
Lamentamos o tempo que não passamos aproveitando a companhia de tal pessoa
E criticamos a deus por ter levado alguém “tão cedo”
Mas no final de tudo a culpa é nossa
Não a culpa de alguém ter morrido cedo
Mas a culpa de não ter aproveito mais a companhia de tal pessoa
A culpa de ter arranjado desculpas para não vê-la nos momentos difíceis
A culpa de não ter sido um bom amigo, pai, irmão, filho
A culpa de simplesmente não saber aproveitar o tempo que temos com quem amamos...
Quando a morte leva alguém ela é a vilã, vadia estúpida
Quando nossa dor é grande ela parece ser uma deusa, um anjo, uma cura
Mas em ambos os casos ela é só a morte, e só faz o trabalho dela
Levar as almas desse mundo para “seu descanso eterno”
Nós a adoramos no suicídio como se fosse algo bonito, mas não é
Nós a odiamos no falecimento de alguém amado, mas não devíamos
Nós devíamos entender que esse é só trabalho dela...
Quando a morte levou alguém que amo, eu a odiei como nunca havia odiado antes
Eu a xinguei, e me perguntei muitas vezes “por que? ”, mas eu nunca tive resposta
Quando ela quase me levou, eu a entendi
E comecei a valorizar mais os momentos felizes, e os ruins
Aprendi a viver com mais intensidade e amor
Aprendi que o tempo que tenho deve ser valorizado
Assim como você deve valorizar o seu...
Quando você a encara de frente vê que ela não é nenhuma vadia ou monstro que pensamos
A morte é só uma velha de olhos tristes  que tem um trabalho ruim...

C. M. De Lima 


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