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Creepypasta: Aokigahara

" Aokigahara é um dos locais mais procurados pelos suicidas no Japão, e mais de 100 corpos são encontrados todos os anos pelas autoridades. Aparentemente, a fama surgiu depois da publicação de um livro no qual um dos personagens comete suicídio na floresta, e o local acabou se tornando popular para essa finalidade. Hoje, até existem placas pelas trilhas para dissuadir os suicidas." (Fonte: Mega Curioso

Desde que comecei a faculdade de cinema, tinha a vontade e o desejo de fazer um documentário, tal sonho foi compartilhado com os meus colegas que acabara viraram meus amigos e minha equipe, que dali duas semanas estaria partindo para um viagem, para seu primeiro documentário, sua primeira produção independente. Para isso iríamos passar alguns meses ou talvez um ano no Japão, para falar de uma floresta bizarra chamada Aokigahara.
Depois de duas semanas,embarcamos ao Japão, e depois de muitas horas chegamos, apesar do Japão ser inteiramente lindo, só havia um lugar que nos interessava, a floresta Aokigahara. Passamos dois dias descansando, e nos programando para os dias de gravações, conversamos com guias e boa parte deles se recusou a nos levar lá pois acreditavam que o lugar é amaldiçoado, diziam que as almas dos que se mataram lá atormentava todos que não fossem bem vindos até que eles se juntasse a eles, não importa aonde eles estivessem. Quando estávamos quase pensando em irmos sozinhos, um cara de uns 40 anos chamado Alan se ofereceu para nos levar, e na falta de opções aceitamos. Nossas gravações começaram em dois dias.
A floresta era quieta, calma, e isso a tornava apavorante, pois apesar de calma tem muitas árvores e cadáveres por quase toda trilha que você percorra, há alguns mais novos, ou como disse nosso guia "frescos", outros que já estavam há um bom tempo em decomposição, e outros que restavam apenas os ossos. Quando perguntamos ao guia por quê a policia não tirava aqueles corpos dali, ele disse que é porque muitos policiais tem medo de entrar na floresta por conta dos espíritos, e pelas chances de se perderem, então eles preferem deixar os corpos onde estão, e assim espantam turistas, e curiosos. Passamos seis ou sete meses indo todos os dias á floresta, passamos por trilhas diferentes todos os dias, encontramos corpos de todas as idades, encontramos até mesmo o que parecia ser o cadáver de uma mãe e seu bebê. Alan contou que havia muitas adolescentes que engravidavam e com vergonha dos pais vinham para a mata para tentarem abortar, ou dar a luz, mas geralmente se perdiam e acabavam morrendo junto. Durante o tempo que passamos com Alan na floresta ele nos contou várias e várias histórias tristes, quase todas nos fizeram chorar e foram para o nosso documentário. Depois de gravar várias histórias, e de gravar o silêncio, o medo, os corpos, o terror e a calma de Aokigahara marcamos nossa volta e o lançamento do documentário. 
Passamos mais uns cinco meses trabalhando na edição do documentário, e não víamos a hora de o lançar, de mostrar a outras pessoas nosso potencial e todas aquelas histórias triste que Alan nos contou. Demos duro durante as edições, e estávamos trabalhando tanto naquilo que Dan, um dos nossos colegas disse que havia tido vários pesadelos com as floresta, e que sentia vontade de voltar todos os dias, dissemos a ele que era apenas saudades e ele parecia bem. Depois de uns dias Dan morreu de overdose, e a última coisa que disse foi "eu preciso voltar". 
Quando faltavam apenas três semanas para estreia do documentário, Rafaela disse que estava se sentindo mal e angustiada, como se algo ruim fosse acontecer a nós. Não era para menos, perder Dan daquele jeito foi estranho, e muito bizarro, na mesma noite em que Rafaela disse que estava se sentindo mal ela se jogou de cima do seu prédio e mandou uma mensagem para o celular de Carlos que dizia "eu preciso voltar". E assim nossa pequena equipe de cinco pessoas se tornou apenas três. 
Uma semana antes de lançamento, Carlos ainda se sentia mal por conta do que havia acontecido á Rafaela e ao Dan, mas disse que não tinha pesadelos, nem tão pouco tormentos, apenas se sentia mal. Dois dias depois de ter dito isso ele ligou para Sara e disse "Eu preciso voltar", e com a arma de seu pai deu um tiro na própria cabeça. Então sobrou apenas a mim e a Sara, e já nos perguntávamos quando seria nossa vez, em que momento a praga, ou seja lá o que fosse que estava acontecendo chegaria até nós. 
No dia do lançamento do nosso documentário, eu e Sara estávamos ansiosas, e ao mesmo tempo tristes por estar fazendo aquilo sem Carlos, Dan e Rafaela. Mas tentávamos nos manter firmes por eles, e fazer daquela noite a melhor possível. Haviam tantas pessoas para o lançamento, havia até mesmo alguns jornalista, com certeza aquele era um dos dias mais felizes da minha vida. Depois da exibição do documentário fomos para uma pequena festinha e ficamos lá até perto das 03:00 da manhã. Depois de apenas alguns meses do lançamento o documentário já era um sucesso, e muito conhecido.
Numa madrugada qualquer fui acordada pelo meu celular tocando, era a Sara, meu coração estava quase parando porque sabia o que aquilo significava e o que iria acontecer. Então quando eu atendi, só pude ouvir Sara com sua voz de choro dizer "Me desculpe, eu preciso voltar" então ouvi o que eu acredito que fosse uma cadeira cair e na manhã seguinte acharam Sara morta em seu apartamento. 
Já fazem dois anos que isso aconteceu, e eu ainda estou aqui, mas mesmo que o que atormentou meus amigos não tenha me perseguido, mesmo que não tenha assombrado minha mente, eu voltei para o Japão, para Aokigahara. Eu pude sentir ela me chamar, eu sabia que precisava voltar, e que não podia mais ficar longe dali. Então ao entrar na floresta, o primeiro corpo que achei foi o meu...

C. M. De Lima









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